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Nossa História

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“Aos dezessete dias do mês de maio de 1926, reuniram-se na casa do Sr. Antônio Ferreira de Andrade, diversas pessoas para discutir sobre a fundação de um clube, nesta cidade, para a prática de todos os esportes, com especialidade o futebol”. 


Esse é um trecho da ata da primeira reunião que definiu a fundação do Aymorés (ainda sem nome naquele momento). Na mesma ocasião, a primeira diretoria foi formada e era composta por José de Oliveira Baltar (Quita Baltar - Presidente) – na foto ao lado da sua esposa -; Raphael De Felippe (vice-presidente), Antônio Andrade (1º Secretário); Antônio De Felippe (2º Secretário) entre outros.


Segundo Ibrahim Jacob, em trecho do livro Corpo Azul de Rosalvo Braga, um dos grandes trunfos do Aymorés naquele momento foi a constituição do grupo que o fundou. Dele participaram pessoas de alta expressão social. Isso fez com que o clube fosse imediatamente aceito pela sociedade ubaense.


Três dias depois o mesmo grupo voltou a se reunir para dar ao clube a diretoria efetiva. O clube já existia, mas a agremiação ainda não havia definido o seu nome, mas ganha força a ideia de “Santa Cruz”





A escolha do nome


Depois da primeira reunião efetiva, do primeiro estatuto e da diretoria oficial composta, era hora de escolher o nome do clube. Santa Cruz era a escolha óbvia, porque o campo, naquele momento, ficava no bairro que levava esse nome. Além disso, alguns defendiam batizar o clube com esse nome em homenagem à primeira denominação do Brasil.


Muitas sugestões foram dadas, todas ignoradas e Santa Cruz ganhava força para ser o nome da recém criada agremiação. No entanto, um argentino radicado em Ubá, Luiz Feinstein, envolvido na criação do clube, não escondia seu descontentamento com a escolha do nome. “– Religião é religião, esporte é esporte. E pátria também não deve interferir”. Dizia ele.


Em uma roda de amigos, entre outros assuntos, Luis Feinstein rodava na mão uma caixa de fósforos, de nome Aymorés e aí surgiu a ideia: “Aymorés! Isto é que é nome de clube. Nome de índio, guerreiro, de gente que luta”


O Consentimento surgiu e a ideia foi pra votação que decidiria também as cores predominantes do clube. E o resultado foi:


Para o nome:


Sport Club Aymorés – 16 votos


Sport Club Santa Cruz – 12 votos


Ubá Athlético Club – 2 votos


Paras as cores:


Azul celeste e branco – 17 votos


Preto, vermelho e branco – 11 votos


Preto e vermelho – 1 voto


Em 23 de maio de 1926, o Sport Club Aymorés, aquele que viria a ser a mais importante agremiação esportiva de toda a região, estava batizado e ganhava cores.



O primeiro jogo


Eram 4 de julho de 1926, naquela data, a cidade refazia seus hábitos para participar de um acontecimento inesquecível: acompanhar o clube que começava a escrever a sua história. O Aymorés fazia o seu primeiro jogo.


Tal acontecimento foi acompanhado de um cortejo animado pela Banda 22 de Maio que saiu da Praça Guido Marlieri até o Bairro Santa Cruz, local do “campo” do Aymorés. Com sol a pino e ilustres presenças como a do Senador Levindo Coelho, Antenor Machado, Dr. Domingos Peluso, Dr. Phillipe Balbi entre outros, o Aymorés entrou em campo envergando camisas brancas com horizontal faixa azul para enfrentar o Baptista de Almeida de Visconde do Rio Branco.


A bola rolou no antigo campo poeirento e a equipe visitante tomou conta da partida abrindo o placar. Retornando para o segundo tempo, o Aymorés cresceu no jogo e, depois de muito tentar e desperdiçar diversas chances, Pereirinha, reforço vindo de Juiz de Fora, foi o encarregado de marcar o primeiro gol da história do clube. Pouco mais tarde, Zezinho marca mais um e vira o jogo para o Aymorés, final de partida: Aymorés 2 x 1 Baptista de Almeida. Estava selada a primeira vitória do azulão.



Avenida Raul Soares, 386 – A segunda Casa do Aymorés


É inegável a importância do bairro Santa Cruz pro Aymorés, ali ele nasceu e conquistou uma posição de respeito no cenário do futebol da região, porém, o campo não era dos melhores. A poeira era tão predominante ao ponto da equipe ubaense ter estranhado o campo gramado em um confronto com o Pontenovense em 1929.


O tempo mostrava que o clube precisava de um local mais adequado às suas funções e um terreno com um campinho na Avenida Raul Soares, onde estudantes da Escola de Pharmácia e Odontologia praticavam esportes, enchia os olhos dos aymoreínos.


Com grande esforço do Presidente da época Gige Fusaro e de sua diretoria o clube muda de endereço e a simples chegada à Raul Soares é considerada como desenvolvimento de grandes proporções. O Aymorés ganhava um campo maior e gramado (!!!).


Em 1933 a Av. Raul Soares ganhava um novo proprietário, uma entidade movida pela fé e determinação de dirigentes e torcedores. Definitivamente o azul passou a ser o terreno identificado pelo número 386 da avenida que homenageia o brilhante ubaense que, em 1922, chegou ao Palácio da Liberdade.


Em 1949 o estádio é batizado de Afonso de Carvalho, esportista dedicado e trabalhador e ex-presidente responsável por inúmeras reformas, inclusive a construção de arquibancadas e modernização de vestiários.



Guará


No futebol do nosso estado, todos conhecem o Troféu Guará, que é reconhecido pelo público como o mais importante prêmio do futebol mineiro, e exalta os destaques da temporada em todas as posições, sendo tradicionalmente oferecido pela Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte. O que pouca gente sabe é quem foi o jogador que dá nome à premiação e, mais ainda, que ele foi revelado pelo Aymorés


Guaracy Januzzi nasceu em Senador Firmino, dia 3 de dezembro de 1914, e atuou no Azulão até os 16 anos, onde se destacou de forma extraordinária ao lado de Nicola, ao ponto de chamar a atenção do gigante Atlético Mineiro, que levou ambos para fazerem história com o camisa alvinegra.


Guará é o maior artilheiro do clássico contra o Cruzeiro, com incríveis 26 gols marcados no maior rival, entre as décadas de 1930 e 1940, o que é pouco se analisarmos o todo. O “Perigo Loiro” conquistou a idolatria ao se tornar o quarto maior artilheiro do clube, com 168 gols, atrás apenas de Reinaldo, Dadá Maravilha e Mário de Castro, com um IMENSO detalhe que o diferencia dos três, ele atuou apenas de 1933 a 1939, se aposentando aos 23 anos de idade, devido a uma gravíssima contusão na cabeça.


Imagina o que teria acontecido se essa contusão não tivesse acontecido? Na época, Guará era tido por muitos como o “Novo Leônidas da Silva” e alcançou números muito impressionantes para alguém que jogou só até os 23 anos.


Guará nos deixou em 19 de novembro de 1978, aos 62 anos, em Belo Horizonte.



História do uniforme


A camisa de um clube representa a sua história, e no quase centenário Aymorés, a premissa é verdadeira. A tradicional camisa azul royal do Aymorés nem sempre foi a mesma, Rosalvo Braga, em seu livro “Corpo Azul”, narra a vestimenta do clube em seu primeiro desafio: “...envergando camisas brancas com horizontal faixa azul...”, naquele ‘design’ que acabou se tornando, ao longo dos anos, um desenho clássico do uniforme do Aymorés


Ao longo dos anos o manto aymoreíno foi evoluindo na mesma relação do esporte, usando, inclusive, uniforme com faixas verticais em azul celeste, no início do século e diversas versões do tradicional azul e branco – cores que foram registradas no estatuto do clube como oficiais dos uniformes 1 e 2.




Título Mineiro


Em 2020, depois de 26 anos sem disputar campeonatos profissionais, o Aymorés voltou a figurar entre os grandes clubes do estado e disputou a Segunda Divisão do Campeonato Mineiro. Com organização e apostando no trabalho a equipe venceu 8 das 9 partidas e sagrou-se campeão de forma invicta.



O Acesso


Em sua quarta participação consecutiva no Módulo II do Campeonato Mineiro, o Aymorés conquistou o acesso inédito à primeira divisão, classificando-se na primeira fase com uma rodada de antecedência e conquistando a vaga no Módulo I com duas vitórias, um empate e uma derrota no Triangular Final.


O acesso histórico foi imensamente celebrado por sua torcida com festa nas ruas da cidade e uma carreata que contou com a participação de atletas, comissão técnica e dirigentes do clube.

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